sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Resenha Divergente

Livro : Divergente
Autor : Veronica Roth
Nota : 8/10

A ideia por trás de divergente é ótima, aparentemente aconteceu uma grande guerra e o mundo acabou sendo devastado, só é mostrado e dito sobre o lugar onde os protagonistas moram, antiga Chicago, mas é deixado implícito que grande parte do mundo acabou sendo destruído nessa guerra.
Após a guerra as pessoas começaram a discutir qual teria sido a causa e acabaram criando as 5 Facções, cada uma representando uma qualidade e teoricamente entrando em harmonia criando uma sociedade de paz e prosperidade. Teoricamente.

O pano de fundo é fácil de engolir mas o que peca são os personagens. Em uma sociedade como cada criança vive dentro de 1 só facção é óbvio que eles acabam saindo de lá com personalidades extremas e portanto diferentes, esses são os típicos personagens secundários, o garoto invejoso que quer ser melhor que todos, o instrutor que gosta de jogar facas nos iniciados, a melhor amiga com uma pontada de ciumes, o amor não correspondido, e etc. Mas como o nome do livro sugere os destaques são para aquelas que conseguem manejar " mais de um tipo de pensamento ", os Divergentes.

A protagonista Tris apesar de vir de uma das ditas piores facções em poucas semanas já consegue ser uma lutadora nata, no fim do livro pela forma que é retratada a impressão que fica é que ela nasceu lutando, apesar de ser uma garota totalmente frágil no começo. Com ela temos seu interesse amoroso, o Quatro ( ou Tobias ), seu instrutor e também Divergente. É um romance um tanto óbvio ( a garota novata que não sabe absolutamente nada e o instrutor tido como o cara mais foda do pedaço ) acaba sendo plausível apesar do nível de interesse de Quatro beirar a Bella/Edward.

Juntando tudo o livro é mais uma distopia que se destaca mais por seu pano de fundo do que por seus personagens. Possui uma crítica social mostrando que por mais perfeita que seja criada uma sociedade a natureza humana sempre é corruptível, sendo mostrado em uma reviravolta interessante apesar de um pouco corrida. Resta esperar que os próximos consigam desenvolver mais os personagens ( principalmente o Quatro ) e manter essa trama de guerra ideológica.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Resenha O Temor do Sábio


Livro: O Temor do Sábio
Autor: Patrick Rothfuss
Nota: 10/10

O Nome do Vento já é uma peça única, o começo da epopéia de Kvothe, O Temor do Sábio chega para terminar de arrumar o palco para o Grand Finale. É uma obra extensa, quase 1000 páginas, mas não possui um momento que leve o leitor ao ócio, são 1000 páginas de pura maestria, Patrick Rothfuss provando que sempre já algo de novo a acrescentar no já repetido manual de fantasia medieval.

Nessa segunda parte da história do famoso e temido Kvothe nos é mostrado mais do seu mundo atualmente. É claro que ainda há muito território a ser explorado mas ficamos sabendo com mais detalhes os problemas que ainda cercam Kvothe. Por outro lado suas histórias nunca deixam de desapontar, seja suas façanhas na grande Universidade como também mundo a fora, pouco a pouco vai sendo revelado sua trajetória de felicidades e em grande maior parte, tragédias.

O Temor do Sábio tem um toque diferente de O Nome do Vento, enquanto o primeiro livro mostra os aspectos mais trágicos da vida de Kvothe como se estivesse preparando uma peça, O Temor do Sábio se concentra em grande parte nos seus melhores feitos, a pequena parte de sua vida onde ele se podia levar à alguns luxos, mas como já aprendemos no primeiro livro, nada nunca será fácil para O Matador Do Rei. Cheio de pequenas e grandes reviravoltas O Temor do Sábio cumpre seu papel de livro intermediador com grande satisfação e deixa o palco preparado para Kvothe terminar sua peça com grandes aplausos.

O livro possui tudo o que poderíamos pedir pedir de uma fantasia medieval, desde caça a bandidos, duelos de espadas e magia até músicas em tabernas e encontros com seres de outro mundo. É um livro completo tanto para o fã de fantasia e aventura como para o de universos medievais.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Livro vs Adaptação


É inegável o desespero dos fãs quando se é anunciado uma adaptação. Eu que sou sou fã de Percy Jackson ainda lembro do desastre do filme. Realmente, sejam adaptações cinematográficas ou televisivas sempre tem um fã da obra dizendo que o original é melhor. Mas é mesmo. As adaptações nunca conseguirão trazer a essência por inteiro, é impossível.

São muitas as adaptações que pecaram com o original, o já dito Percy Jackson parece que só aproveitou o nome dos personagens e fez uma história totalmente diferente. Apesar dos erros (e são muitos) também há alguns acertos, o mais recente filme do Grande Gatsby é praticamente o livro na tela, os filmes do Harry Potter apesar de mudarem e cortarem muitas partes ainda assim conseguem fazer jus ao nome, Senhor dos Anéis com seus filmes de mais de 3 horas transmitem o livro de uma maneira surpreendente.

O fato é que embora a adaptação possa diferir do original (por isso o nome adaptação) muitas vezes serve como algo positivo. Talvez a adaptação não siga o livro como um manual mas o simples fato dela existir, de levar o livro ou seja o que for para mais pessoas já é algo positivo. Pode ser que a pessoa não goste do que veja e acabe gostando da obra. As adaptações sejam excelentes como Game of Thrones ou de darem desgosto como Eragon, acabam criando uma nova base de conhecedores de sua história, o que é basicamente a ideia de se fazer uma adaptação, levar suas histórias a um público cada vez maior.




domingo, 19 de julho de 2015

Sobre a vontade de escrever


Grande parte dos leitores mais ávidos já tentou escrever um livro. É natural. Passar tanto tempo lendo e não se imaginar criando algo novo e ficando famoso é quase impossível. Quem dera fosse fácil assim, infelizmente não foram todos que nasceram com esse dom para escrita.

Escrever um livro não é uma tarefa fácil como a maioria acha, não é só simplesmente parar em casa e começar a escrever livremente. É um processo demorado e frustrante, motivo pelo qual muitos desistem antes mesmo de tentar. O que distingue um grande escritor de um grande leitor é praticamente um dom natural, um leitor pode se forçar a escrever uma obra de relativo sucesso, contudo dificilmente emplacará como a obra de alguém que nasceu com a inspiração.

O segredo é não desistir, você pode não ter nascido pra ser escritor ( como eu ) mas se realmente deseja isso continue persistindo, o que vai definir um escritor é a sua inspiração e seu desejo de se mostrar para o mundo. Escrever pode ser uma das tarefas que mais exigem da mente mas também é a mais gratificante.

sábado, 18 de julho de 2015

Por que ler?




Eu lembro de quando eu era um garoto de 12 anos que achava que ler poderia ser legal mas não gostaria pra mim mesmo. Tinha acabado de sair do cinema, tinha visto Harry Potter e o Enigma do Príncipe e para meu fascínio assisti com uma pessoa que já tinha lido os livros. Não contive minha admiração, afinal a pessoa ao meu lado já sabia de tudo o que aconteceria nesse filme e nos próximos. Fui olhar quanto tempo faltava para o próximo filme e para meu desespero eu teria de esperar 1 ano para chegar perto de uma conclusão. Foi ai que resolvi que não aguentaria esperar, peguei emprestado com um amigo e devorei os 7 livros em um piscar de olhos. Eu estava fascinado. Era um mundo novo, tão diferente feito de tinta e papel que sempre captava meu espanto. É claro que não parei por ali, fui pegando a literatura juvenil que fazia sucesso ( agora entendo o motivo ) e me tornando um pequeno grande leitor.

Nesse meu novo caminho acabei levando meu pai, que hoje devora livros mais rápido e com mais frequência do que eu. Descobríamos universos juntos, discutíamos as diferenças entre o livro e o filme como duas crianças cheias de satisfação. Esse foi outro dos motivos da minha paixão por livros, sempre tive quem me incentivar, trazendo algo novo pra mim.

Apesar disso tudo creio que o maior motivo de meu fascínio por livros seja o escape que eles que nos trazem. Quando você está lendo algo, não importa o gênero, o tamanho ou se há figuras, você simplesmente some de seu corpo. As preocupações e a angústia desaparecem, de repente o seu mundo é outro e seus sentimentos também. É uma sensação de imersão no mínimo complicada de descrever para aquele que não encontrou um livro que o leve daqui, a única coisa que é possível deixar escrita com certeza é que ela a envolve como se fosse um abraço quente em um dia de inverno e quando vai embora sempre deixa o gosto da saudade na ponta da língua.

Por que reler?



Levemente diferente. Foi essa a minha resposta quando meu pai me perguntou como era ler novamente um livro. É engraçado como reler difere de ler pela primeira vez. Mesmo já conhecendo a trama, o enredo e os personagens, é inegável como reler um livro acaba trazendo algo novo. Aquele detalhe que vai ser de suma importância que na primeira vez você tratou como algo banal, agora é tido como uma pequena satisfação ao ser notado.

Muitos acreditam ser um hábito fútil, afinal qual a vantagem de se ler algo novamente se ainda não esqueceu? Esses creio eu nunca entenderão um livro por completo, só possuem uma leve ideia do que se trata mas não compreendem a essência da obra. Toda vez que se lê algo, seja pela primeira ou décima vez, se acha algo novo. Talvez não seja aquela aquele detalhe marcante, não seja uma teoria conspiratória, talvez seja só uma antiga piada que agora faz sentido, uma ambientação que finalmente entra no lugar, infinitos pequenos detalhes que vão surgindo como se a obra ainda fosse sendo escrita.

É por isso que quando me perguntam o motivo de eu estar relendo um livro que já li mil vezes antes eu respondo simplesmente que é porque eu o aprecio. Eu o aprecio tanto que descubro e esqueço coisas novas sobre ele toda vez que o tiro da estante, e toda vez que releio é como se ainda tivesse algo novo pra descobrir, uma infinita primeira vez.